“As vítimas do tráfico de pessoas são muitas vezes invisíveis e estão entre as mais vulneráveis. Somos chamados a acompanhá-las e protegê-las”, disse o secretário-geral da Caritas Internacional, Aloysius John. “Os 162 membros da nossa Confederação estão em contato todos os dias com homens, mulheres e crianças obrigados a realizar trabalhos forçados, perigosos ou explorados sexualmente. Alguns deles são pegos à força, outros são inicialmente enganados, mas todos passam por condições terríveis”, frisou ele.
O secretário-geral da Caritas Internacional destacou ainda que não é possível erradicar o tráfico de seres humanos sem enfrentar as causas profundas que obrigam as pessoas a fugir e as expõem ao risco de serem exploradas: a pobreza extrema, também desencadeada pelas mudanças climáticas e a degradação ambiental, conflitos e violência. “O tráfico de seres humanos só pode ser detido com o fim das guerras, a conscientização sobre os riscos e a promoção de uma economia inclusiva que permita que as pessoas vivam com dignidade em seus próprios países. Como o Papa Francisco nos convidou a fazer, devemos ser “promotores de uma economia do cuidado” que promova o trabalho, criando oportunidades de emprego e condições de trabalho que não sejam degradantes”, disse ainda Aloysius John.
No dia da memória litúrgica de Santa Josefina Bakhita, 8 de fevereiro, a Caritas Internacional exorta todas as pessoas de boa vontade a ajudar a combater a cultura da indiferença e da exclusão que muitas vezes circunda as vítimas do tráfico de seres humanos. “Isso exige uma onda de solidariedade para acolher, acompanhar e defender as vítimas, que precisam de compaixão incondicional e proteção. Só agindo em conjunto podemos dizer ‘não’ a este crime com uma só voz”, acrescentou o secretário-geral da Caritas Internacional.
A Caritas Internacional, que é membro da COATNET, coalizão de ONGs cristãs comprometidas com a luta contra o tráfico de seres humanos, pede ações concretas para prevenir o tráfico humano e para proteger as vítimas, pedindo aos governos para: implementar o Protocolo de Palermo e outras convenções pertinentes, melhorar os serviços de proteção e apoio às vítimas do tráfico de pessoas, estabelecer planos nacionais de combate ao tráfico, garantir que as vítimas recebam cuidados adequados, proteção qualificada e acesso à justiça.
Fonte/vaticannews
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